quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Festas de Final de Ano

Nesta época do ano, já começamos a ouvir os pessimistas dizendo: “Nossa! Já é Outubro. Este ano passou que eu nem vi. Já estamos no final do ano!”.
Realmente, e no final de quase todos os anos, temos não só o Natal ou as festas de final de ano da empresa, mas as tão prestigiadas “Eleições Brasileiras”.

Não é uma época de qual eu espere com alegria. Seja para deputados e governadores, prefeitos e vereadores ou mesmo presidente da república. Aquela alegria de adolescente querendo mudar o mundo, com esperança de que o Brasil tem jeito. Com cara pintada, pedindo democracia, liberdade e o fim da repressão.
Agora temos tudo isso. Somos livres, podemos votar, podemos nos candidatar. Não existe mais repressão. A não ser contra os esquecidos pela sociedade, que costumamos chamar de favelados, pobres e mendigos. Porque contra eles ainda existe repressão. Todavia, como eles não têm voz, tomemos como suposição, que não existe repressão.
Pois bem, estamos então, em uma sociedade bem mais justa e séria. Será?
Será que fomos enganados, achando que após conquistarmos nossa tão almejada liberdade, e finalmente o fim da repressão, deveríamos guardar as armas e desfrutar de toda a glória de um vencedor?
O que vemos hoje, e muito evidenciado na época das eleições, que precedem as festas de final de ano, é um total desinteresse da população pela política nacional.
Poucas vezes lembramos quem foi nosso candidato escolhido para o pleito da eleição anterior. Se quer lembrados para que cargo foi a eleição anterior.
Mas a culpa também não é só nossa.
Quem consegue assistir o programa eleitoral gratuito na TV?
Aquilo sim, me faz ter mais desespero e me leva a crer que meu país não tem solução. É cada candidato que a lágrima quase escorre pelos olhos. E não é de rir não. É tristeza mesmo.

Depois do horário eleitoral gratuito, o que mais me faz ter ódio de eleição, são o que santinhos e as carreatas.
Todo dia tenho que limpar minha caixa de correio, é aquela antiga mesmo, não é e-mail não. Nossa sorte é que, ainda, não inventaram o santinho virtual. Por enquanto, só perfil no orkut com número de candidato na foto.
E santinho não é tudo, tem ainda as carreatas.
Eu não acredito que um candidato a prefeito, por exemplo, tenha o mais insano pensamento, de que eu vou votar nele só porque está congestionando o trânsito, várias e várias quadras, gritando em um megafone, com um monte de carros atrás, buzinando.
Será que só porque eu guardei minhas armas para desfrutar a liberdade, agora meu direito, eu tenha ficado burro?
Será que eles acham que eu vou votar em quem tiver a maior carreata? Ou em quem buzina mais alto? Ou quem está mais esticado na foto de photoshop do santinho?
E pensando nisto, começo a tentar imaginar o que eu poderia utilizar como critério para escolher meu candidato, neste eleição?
E não consigo pensar em nada.

3 comentários:

Lola disse...

Ótima reflexão!

Com tanto besteirol, exageros e mediocridades na eleição, a gente não consegue nem mesmo pensar em quem voltar, pois não sobra ninguém decente.

Por outro lado, votar em BRANCO não significa um ato de manisfesto sobre todas estas contestações apenas a omissão.

A poucos dias da eleição, também, não sei em quem votar, faço a filosofia do "escolher o menos pior".

A propaganda eleitoral, de modo geral, é muito entediante além de atrapalhar a nossa rotina, sujar a cidade, poluir nossos ouvidos.

Alguém realmente consegue conscientemente escolher um caditado através do lixo eleitoral?

Carlo Monterrey disse...

Queridos companheiros Mark e Lola...
primeiramente, irei fazer uma indagaçao, do que me deixou mais impressionado no texto, voces acham realmente que somos livres? sera que somos tao mais livres do que os ditos mais repimidos?
soh qria dialogar sobre isso.. reflitam um pouco, mas nao apenas em sua sensaçao de liberdade, mas em suas relaçoes sociais e históricas... apenas um dialogo para reflexao...

ja a questao do voto...
Seguinte... há algumas ponderaçoes, que vou resumir bastante nesse momento devido a minha falta de tempo para discorrer melhor sobre o assunto...
vale-se resgatar em suas ideologias e crenças um pouco...
há candidato perfeito? NAO...
há partido perfeito? NAO...
mas há alguns candidatos de alguns partidos que trazem um pouco de ideologias e crenças de alguns... nao que vao mudar o tudo qdo chegarem ao governo... ou pelo menos mudar um pouco (caso do Governo Lula que nao mudou nada! e olha q eh dum partido, antigamente, esquerdista), mas ainda há discursos não com promessas, mas com ideologias...
Não apoio partido nenhum em especifico, mas há alguns bem intecionados, porem claro com defeitos, afinal nao há como satisfazer a todos...
Porem tenho algumas ideologias, que alguns partidos, apesar de falhos em algumas praticas, apoiam com uma certa vontade... (entende-se especificamente... PSTU e PSOL)..
Afinal tenho minha ideologia SOCIALISTA!
Não estou fazendo apologiaa esses partidos, mas só uma analise da atual conjuntura partidaria... sao os menos piores o resto eh burguesia ou aproveitadores da esquerda (nao q a esquerda seja aproveitadora, mas alguns partidos se dizem de esquerda para serem aproveitadores...)

Só peço uma reflexao... Em busca do dialogo e do debate...
nao sei se me tornei claro.. espero q nao tenha fikado confuso...

obrigado..
beijos e Há Braços socialistas...

Carlo!

Pequena disse...

Três anos depois e infelizmente não vejo mudanças nenhuma.
Há um ano de mais uma eleição tenho plena certeza que iremos enfrentar de novo o mesmo lixo eleitoral, santinhos, carreatas, e uma afronta as nossas inteligências...
Realmente, achar que vou votar em alguém por causa do seu rosto estampado num pedaço de papel é um pouco demais pra minha cabeça...

Não somos tão livres assim como pensamos. Há muitas maneiras sutis de se prender uma pessoa, mesmo sem algemas, cordas, fuzis, polícia política nos nossos calcanhares.

Não me considero partidária de nenhum partido, e nem pretendo aqui fazer julgamento de valores ou levantar qualquer bandeira de defesa. No entanto, admiro àqueles que acreditam e lutam por uma causa (pacificamente), pois esses pelo menos tiveram a CORAGEM de tentar mudar e fazer algo de melhor. Mesmo que errem.