sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Diversidade, educação e o futuro de uma nação...




Bom, decidi escrever sobre um tema que foi assunto do almoço com os amigos de trabalho.
Entrando em uma discussão sobre diversidade cultural. No meio do assunto comecei a divagar sobre a importância da diversidade na nossa educação, então...

Por um motivo qualquer na conversa, tivemos que definir o que era cultural. Então me lembrei de minhas aulas de sociologia, e de uma definição bem simples do que era "Fato Social" também sinônimo de "Cultural" e podemos dizer que tudo que um indivíduo poderia não fazer se tivesse nascido em outro local. Bom este é um teste fácil para saber se algo é cultural ou não. Eu falo português porque nasci no Brasil, se tivesse nascido Inglaterra, falaria inglês. Ou seja, idioma é cultural ou fato social. E por aí vai.

Mas cade a diversidade?
E é bom deixar claro que existe diversidade, além de só aceitar o casamento entre mesmo sexo. Vai muito além disso. Mas muito mesmo. Já que muitos acham que sabem conviver bem com a diversidade só porque levantam a bandeira do respeito a diversidade dos sexos, mas só conseguem conviver com o mesmo grupo, só porque meu grupo é mais …. mais qualquer coisa. Me desculpem, mas isso está longe de ser conviver com a diversidade. Isto é só uma forma mais cult de isolamento, distânciamento da diversidade. E estou vendo isto todo dia, e parece que cada vez mais. Uma falsa ideia de que deixamos o racismo no passado e hoje aceitamos a diversidade.

Diversidade, considero que está muito mais ligada a capacidade de entender as diferenças culturais. Não necessariamente colocar todas as diferenças dentro do mesmo caldeirão, até porque assim acabaria com as diferenças. Mas saber respeita-las, por mais estranho que nos possa parecer e aceitar que o mais comum para mim pode ser diferente para o meu vizinho. E não só isto, mas também entendê-las sem o preconceitos de nossa própria cultura.

E vejo aqui um dos maiores benefícios advindos da diversidade, que é questionamento a nossa própria cultura. Quebrar tabus e preconceitos que estão tão arraigados que nem mesmo conseguimos enxergar, nem sabíamos que existiam. E o que nos seca assim? Muitas vezes é provocado pelo tal fato social, ou seja, pela visão unilateral formada na nossa própria cultura. Lembro a emoção e náuseas provocadas quando comi e descobri que em um outro local o feijão não é servido temperado com sal e sim agridoce. Como? Feijão doce? Que coisa de doido. Doido se eu pensar que todo mundo tem que fazer o que faço, com os olhos da minha cultura. Bom, entenderam.

Vamos lá, estamos no caminho da libertação.
Libertação das amarras culturais. Libertação do que as outras gerações já deixaram prontas para mim sem que eu pudesse escolher, até porque eu nem sabia que havia outra possibilidade. Até então feijão só poderia ser salgado, e isto era uma verdade irrefutável.
Mas se eu começo a questionar quem colocou o sal no tal do feijão. E porque não açúcar?

Depois disso eu posso começar a questionar outras verdades, desenvolver meu senso crítico. Logo logo estarei a criticar minha própria cultura, ao invés de julgar a outra como diferente e rir dela.
E o dizia mesmo a diversidade? Ser capaz de aceitar o próximo ou sua cultura. Não só porque é lega, mas porque desenvolvi esta habilidade, agora existem mais possibilidades. Não sei se poderei entendê-la, mas pelo menos respeitá-la.

Legal, e a educação?
Se me fosse ensinado sobre diversidade na escola, sobre outras culturas e como respeita-las, seria mais fácil. Só não me recordo se é este tipo de educação que estamos acostumados a ter no Brasil?
Lembro como fui ensinado a decorar.
Decorar tabuada, os mapas, as capitais, as datas. E hoje já não lembro de mais nada.
Somos ótimos em decorar, mas não me ensinaram a entender a diversidade?
Tivemos que aprender na marra, na vida.
Será que não seria ótimo nos ensinar diversidade, não só nas escolas, mas principalmente lá, sim.
Para NÃO começarmos a acreditar, como nossos pais acreditavam, que todos os políticos são corruptos e que não podemos mudar tudo isso. Me lembro claramente, que na minha infância existia a verdade que todos os políticos eram corruptos, que não adiantava votar e que isto nunca ia mudar. Ahhhh cultura. Apesar que, realmente a estatística não ajuda muito a desmentir este tabu, mas será que é isto mesmo? E isto ainda perdura hoje em dia, você acredita?
Será que em todos os países os políticos tem os privilégios que tem aqui? recebem salários tão altos e possuem todas as imunidades? Quase deuses do Olimpo!
Bom, a diversidade me ajudaria a entender isto.
Se além de saber em qual continente fica, por exemplo a Noruega, entender como é o sistema político deles? Será que é igual o nosso? E os políticos são todos corruptos como os nossos?
Bom, vou estudar sobre a Noruega e volto depois....

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