sábado, 14 de agosto de 2010



Darwin do Sec XXI

O que mudou desde a publicação de “A origem das espécies” em 1858 até os dias de hoje, onde o conhecimento é algo disponibilizado fácil e gratuitamente?
Para quem vive em um país extremamente religioso, muito pouco.
Não estou falando de países ou segmentos ortodoxos.
Estou falando de uma nação, eloqüentemente classificada como fundamentada em um sincretismo religioso.
Talvez a Inglaterra Vitoriana tenha passado por grande conflito entre o criacionismo e o evolucionismo, mas ainda me deparo com debates muito aquém das indagações de Darwin. Neste país não racista e religiosamente liberal.
Orgulho para aqueles que têm em seus estudos, uma participação especial dos caminhos de Darwin, principalmente quando sinalizados por placas que indicam o “Caminhos de Darwin”, e um patriotismo orgulhosos pela passagem deste naturalista britânico pela região. Contudo, nem sequer sabem o que diz seus escritos. E se soubessem, muito provavelmente, o excomungariam.


Um século e meio após sua publicação, muito do que afirma Darwin ainda causaria espanto em uma multidão desinteressada cientificamente.
Este sentimento é comum à grande maioria de ateus que têm coragem de se pronunciar e explicitamente dizer que não acreditam na existência da varinha de condão; que todos os animais possuem a mesma importância no ecossistema global ou ainda, que não somos seres divinamente escolhido e que graças a isto, não podemos exterminar outras espécies.
Nossa origem comum, nossa evolução na escala geológica, pode parecer blasfêmia e anárquica para alguns. Questionamentos como: então porque fazer o bem? ou, Já que não existe céu, porque eu deveria respeitar o próximo? Fazem parte do cotidiano de qualquer ateu declarado.
Muito me impressiono, sobre os aspectos patriarcais de um ser com características de dominação, julgamento e condenação que o ser humano necessita. Sem eles, não haveria necessidade de respeito ao próximo e as outras espécies. Se não houver castigo, não há necessidade de bondade.
Darwin tentou demonstrar cientificamente o que muitos acreditavam e questionavam há anos. A dominação religiosa sobre a maioria sem instrução, sem senso crítico.
Mesmo algo inimaginável no século XIX, isenta de globalização, livre informação e textos até então restritos a bibliotecas internacionais. Hoje acessíveis em qualquer canto esquecido do globo, causador de espanto, mal estar e questionamento.
Assim como na Inglaterra Vitoriana, onde Darwin viveu, quanto na atualidade, resistente às suas teorias, ainda existe reflexão.
Mas, em caso de dúvidas, desliga a televisão (isto pode lhe causar uma depressão profunda) e leia “A origem das espécies” de Charlie Darwin.
E tenha sua própria opnião.
Advertência: Este procedimento pode causar dor, caso seja defensor restrito de uma teoria qualquer, ou assistam ao filme: “criação”