Agora chegou a hora, de
vender a televisão...
Que a maioria das
emissoras de televisão e muitos dos jornais impressos, mundo afora, vivem de
especulação de notícias sensacionalistas todos nós já sabemos.
E digo não só no
Brasil, porque no primeiro mundo não é muito diferente, vide o britânico The
Sun, e por aí vai. E como não poderia deixar de ser, sempre tivemos os nossos.
Exemplos: Meia Hora ou até o finado NP (notícias populares).
O alcance dos jornais
impressos, sem dúvida é bem menor do que os programas de TV aberta. O
percentual da população que lê jornal não é um dos melhores índices nacionais,
já o percentual de brasileiros, que assistem a(s) emissora(s) de televisão mais
tradicional do país chega a quase ser orgulho verde amarelo.
E quem nunca ouviu
dizer que o país para no carnaval e na hora da novela das 8, mas não era o
bastante.
Quando tudo parecia
perdido, eis que surge para nos salvar, a geniosa adaptação da idéia do livro
1984 de George Orwell, Grande Irmão, o olho que tudo vê.
Bom, antes de
continuar, lembro de que em determinado momento da história do Brasil, as
novelas começam a deixar de ser endeusadas, para ser associadas a futilidade,
falta de conteúdo e só servia para lançar moda para a população em massa, como
pulseiras marroquinas ou jargões que marcam época.
Como as emissoras não
ficaram muito contente com esta qualificação, principalmente do seu programa
mais rentável, resolveram colocar temas polêmicos para ganhar notoriedade,
levantando discussões, na maioria das vezes sem embasamento. Mas aí já não
seria culpa da falta de informação inteligente da TV Brasileira, mas da falta
de qualidade do ensino básico, e elas poderiam se abster desta incultura.
Temas como
homosexualidade, violência contra a mulher, alcoolismo e outros tantos que
poderiam ser muito bem debatidos, eram superficialmente tratados, mas viraram
foco de discussões calorosas em todo território nacional. Muitos contras,
outras a favor. Mas os argumentos??? Eram
quase outra novela.
Algo parecido aconteceu
com o Grande Irmão. Quase ninguém tem mais saco para assistir. Está sendo associado
à banalidade e falta do que fazer.
Será que já vimos esta
história?
Eis que a história parece
se repetir e até mesmo aqueles que diziam não assistir para não pegar mal, hoje
em dia, não devem assistir mesmo.
Já levantaram quase
todos os temas que as novelas já haviam explorado e parecia ser o fim. O
esperado FIM. Mas não, eles conseguem chegar à beira do abismo e dar um passo
adiante. Agora conseguiram banalizar o estupro.
É muito para minha cabeça,
que não consigo prosseguir pensando. Afinal, assisti muita TV aberta quando
criança.
Um "estupro"
dentro da casa mais vigiada do Brasil, com várias câmeras filmando e equipes de
"profissionais" acompanhando, leva a eliminação de um Brother por
"infração ao regulamento do programa", e o apresentador ainda diz:
"O espetáculo tem que continuar!"
Será que tem alguma lei
importante sendo votada no congresso, precisando de desvio de atenção?
Isso me lembra quando
eu descobri como funciona a mágica de David Copperfild. Distrair nossa atenção com
alguma besteira, enquanto o principal era feito bem debaixo dos nossos narizes,
sem nem notarmos.
Disso tudo só consigo
tirar um ensinamento:
MENINAS, CUIDADO!
Cuidado com quem dormem
quando bebem, porque existe um ditado bem antigo, que vovó já me dizia: "O
de bêbado não tem dono" e eu acrescentaria: "nem quando está todo o
mundo olhando".