domingo, 18 de setembro de 2011

Outubro

   

Sábado à noite, saio para procurar um filme interessante. A ideia era assistir "Cortina de fumaça", se não fosse o único na cidade pensar isto. Depois de trocar uma ideia com Moisés, projetista e bilheteiro do cinema, até se propôs  a rodar só para mim, mas seria muito deprê. Decido então, ir para Botafogo, onde conheço 3 cinemas bons e que exibem filmes fora do circuito Hollywoodiano. 
Chegando lá, já vejo no letreiro um que está começando. Bom, melhor do que esperar mais de uma hora para exibição nas outras salas. Compro o ticket só sabendo o nome do filme. Entro na sala e já perdi os trailers , que provavelmente seria o melhor da sessão.
Outubro é mais deprê, do que eu assistindo cortina de fumaça sozinho na Glória. A fotografia, que mostra uma Lima que lembra o Brasil dos anos 80, só que empoeirada,  é o de melhor do filme, mas mesmo assim, mas não achei que valha a pena. Até onde lembro, primeiro filme peruano que assisto.

 Esse então vai para a lista do bonequinho tirando um ronco.

Um comentário:

Pequena disse...

Apesar da sua opinião de que o bonequinho dormiu, o fato de ser um filme peruano e o cartaz me despertaram a curiosidade e fui procurar pela sinopse do filme:

"No filme Outubro (Octubre), Clemente, o tímido dono de uma loja de penhores é visto por sua vizinha solteirona, Sofia, como sua única saída da solidão."

Até essa parte não pude conter o sorriso e pensar: "Que tosco!" e também "Como isso é corriqueiro hoje em dia..."
A sociedade hoje em dia prega que não é possível se viver sozinho. Como se você apenas será feliz se casar, tiver filhos, um cachorro, um carro e um financiamento habitacional pra pagar.
Mas quantas pessoas casadas, com família constituída reclamam de solidão???
Encarar o outro como uma tábua de salvação é pedir para ser afogado, afinal, não há tábua que resista há tamanho peso em cima dela!

A sinopse ainda continua:
"A relação dos dois cresce depois que uma prostituta, ex-amante de Clemente, abandona um bebê recém-nascido em sua porta."

Essa parte me fez lembrar as diversas Igrejas históricas que já visitei e a menção, em muitas delas, daquelas 'rodas dos expostos' em se era possível abandonar os bebês (geralmente bastardos àquela época).
Pelo menos era mais organizado que hoje em dia, onde já vimos bebês até serem jogados em lixeiras, lagoas, rios...
Como é que uma prática mais velha que Cleópatra pode perdurar até hoje??
ABANDONAR por si só já é horrível em qualquer situação, uma criança indefesa então...

Ahhhh, esse filme pode até fazer o bonequinho dormir (será que as pessoas dormiram vendo-o em Cannes??), mas o debate dele até que é bem atual!